segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Vergonha do dia!!


'Meu bebê poderia ter morrido', diz mulher que recebeu diagnóstico errado de HIV

Uma dona de casa recebeu o diagnóstico errado de um teste de Aids. Há três anos, quando estava grávida, Maria de Fátima Oliveira recebeu a informação de que estava com a doença e passou a tomar remédios fortes para evitar que o bebê fosse infectado.

“Se fosse só eu sofrendo, tudo bem, porque era só eu, mas eu estava com outra pessoa dentro de mim, uma criança que poderia ter morrido”, lamenta Maria de Fátima.

Os médicos chamam essa situação de resultado falso-positivo de Aids. O percentual de erro é muito pequeno, mas pode acontecer do diagnóstico dar errado. O Ministério da Saúde recomenda repetir o exame.

O problema é que o segundo exame demorou tanto que Maria de Fátima, que recebeu um resultado errado, até ganhou na Justiça o direito a uma indenização do governo do Distrito Federal.

A administração do DF, no entanto, nega ter cometido erro. “O Distrito Federal fez exata e totalmente tudo aquilo que era previsto nos procedimentos médicos, não se poderia exigir do Distrito Federal outro procedimento se não este que ele fez: estrito cumprimento do dever legal”, garante o procurador do DF Cícero Gontijo.

Novo teste

Quando um exame dá resultado positivo para doenças como Aids, a determinação do Ministério da Saúde é que se repita o teste em, no máximo, 30 dias para checar se o paciente tem mesmo a doença. No caso de Maria de Fátima, a rede pública de saúde demorou o dobro, dois meses, para entregar o resultado do segundo teste, que deu negativo.

O Ministério da Saúde acha que pode ter havido falha no serviço de saúde. “Está errado. Demorou muito tempo. Houve um dano. Já percebemos que houve um dano que tem que ser reparado”, aponta Lílian Inocêncio, chefe da unidade de laboratórios do programa nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde.

Poucas chances

De acordo com o infectologista Alexandre Cunha, a possibilidade de um paciente receber um resultado falso-positivo é pequena: 0,01%. Mas, no caso de grávidas, o risco aumenta um pouco e pode chegar a 5%. Daí a importância de se repetir o exame o mais rápido possível. “Durante a gestação, a gente pode ter resultados falsos-positivos para várias doenças, como sífilis, que é bastante comum, e para doenças autoimunes, pela produção de anticorpos da grávida. Então, os resultados têm que ser interpretados com muita cautela, sabendo-se que está gestante e pode ter um falso positivo”, afirma Cunha.

O juiz de primeira instância deu ganho de causa à Maria de Fátima e determinou que o governo do Distrito Federal pague R$ 20 mil de indenização por danos morais. Mas o governo recorreu da decisão.

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